SOBRE O ACERVO:

Atualmente o acervo do Museu de Arqueologia reúne mais de 1200 artefatos, majoritariamente são réplicas e fac-símiles, em sua maioria produzidas pelo Prof. Moacir E. Santos e também com contribuições do artista Eduardo Vilela, mas há também inúmeras peças autênticas, tais como as pertencentes a coleção etnográfica brasileira. As réplicas são reproduções de obras de arte espalhadas por diversos museus do exterior, tais como o Museu Egípcio do Cairo, o Museu Britânico de Londres, o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque, o Museu de Antropologia da Cidade do México, o Museu Larco de Lima, entre muitos outros. A maioria das réplicas foi confeccionada a partir de fotografias, obtidas em livros especializados ou em museus onde se encontram os originais. É um trabalho demorado, que dependendo das proporções da peça, pode levar alguns meses. Para fazer uma réplica são utilizados vários materiais, tais como: argila, borracha de silicone, resina de poliéster, fibra de vidro, gesso, madeira e papelão. Na imagem há uma exemplo do trabalho de confecção de uma estatueta funerária em argila, produzida com base nas fotografias da original.

Esta outra réplica também foi produzida a partir de fotografias. Trata-se de de um relevo da família real de Amarna (o faraó Akhenaton, a rainha Nefertiti e a princesa mais velha) ofertando víveres sob os raios do Deus-sol, Aton. A original é datada de 1350 a.C., e atualmente encontra-se no Museu do Cairo.

Direferentemente das réplicas que são produzidas livremente mas respeitando o modelo, os fac-símiles são reproduções exatas dos objetos originais, pois são moldados a partir dos mesmos. Os fác-símiles pertencentes ao Museu de Arqueologia foram produzidos a partir de artefatos, esqueletos humanos e ossos de animais pré-históricos descobertos em diversos sítios arqueológicos brasileiros, notadamente nos estados da Bahia, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Para exemplificar como são obtidos os fac-símiles, eis uma de muitas histórias que incluem descobertas arqueológicas e técnicas de arte. Durante os trabalhos de um salvamento arqueológico realizado em 2001, devido a construção de uma obra de engenharia na área do município de Serra do Ramalho, BA, próximo ao rio São Francisco, localizamos um grande cemitério pré-histórico. Os diversos esqueletos encontrados no quintal de uma casa rural foram resgatados, por meio de uma escavação, que levou meses. Mas o que mais chamou a atenção dos pesquisadores presentes foi justamente um esqueleto encontrado numa estrada. Como o mesmo se encontrava ameaçado pelo fluxo de carros e carroças, os restos foram escavados e registrados em detalhe, com fotografias e desenhos.

Posteriormente, com a remoção do enterramento no próprio bloco, o esqueleto foi enviado para um laboratório no Rio de Janeiro, onde foi escavado. Como os ossos encontravam-se fragilizados, optou-se pela consolidação dos mesmos. Deste modo cada um dos fragmentos poderia ser retirado do bloco com segurança. Mas antes da escavação ter sido completada, o tamanho e o estado de conservação do esqueleto suscitou a possibilidade da realização de um fac-símile para uma exposição de Educação Patrimonial que estava programada ao final do projeto que, na época, ainda estava em andamento na Bahia. Tal cópia tornou-se importante, pois substituiria o enterramento original que não poderia ser transportado por muitos municípios. Assim, foi realizado um trabalho de moldagem do bloco e a partir do mesmo uma peça de resina e fibra de vidro. Com o acabamento e a pintura, empregando o sedimento do próprio local, foi obtida uma copia exata do enterramento preservando o original para estudos. O fac-símile produzido em 2002 encontra-se no acervo da empresa que coordenou os trabalhos na Bahia, mas uma segunda cópia foi especialmente produzida para o acervo do museu, em Ponta Grossa. A peça já foi exposta uma vez, durante uma mostra organizada pelo Museu de Arqueologia na sala de exposições temporárias do Museu Egípcio e Rosacruz, em 2004.